A Riviera de São Lourenço assumiu de vez sua vocação natural de ser o domicílio principal para dezenas de famílias que, fugindo da pandemia, descobriram como harmonizar trabalho, lazer e natureza em prol da qualidade de vida.
por Samantha Cerquetani
Se você é uma dessas pessoas que acreditam que se mudar para uma nova cidade ou país pode ser um desafio muito grande e, por isso, nunca considerou tal possibilidade, saiba que, para muitos, essa é uma boa saída para garantir saúde física e mental, longe da confusa vida das grandes metrópoles.
A pandemia da Covid-19 colocou em xeque a rotina, exigindo que todos, ao mesmo tempo, pensassem em formas de se adaptar e mudar a vida. Algumas pessoas tiveram de encontrar novas oportunidades de trabalho; outras precisaram garantir mais conforto para a família, que passou a conviver 24 horas por dia, nos 7 dias da semana.
O lado bom disso é que o novo coronavírus se revelou como uma chance de colocar em prática o projeto de ter uma vida mais tranquila e perto da natureza. Em um cenário de isolamento social e incertezas, a Riviera de São Lourenço mostrou ser uma excelente opção não só de refúgio e aconchego, como também para trabalhar e viver.
Desde março de 2020 o bairro passou a registrar um movimento de pessoas pouco comum no período, comparado aos anos anteriores. Dia após dia, a Riviera foi assumindo a sua vocação natural de ser um destino possível, agradável, acessível e próximo da capital paulista – e não apenas um lugar lindo e seguro, onde amamos passar as férias e os fins de semana. Dessa forma, as famílias foram chegando e, aos poucos, se instalando de vez. Apesar dos diferentes caminhos e motivações, todas elas têm algo em comum: a aspiração por uma vida melhor.
Grande oportunidade
Você pode se perguntar se trocar a cidade pela praia não restringiria as opções de comércio e serviços ou tiraria a praticidade de fazer compras nos tradicionais centros comerciais de São Paulo, por exemplo. Nesse caso, imagine fazer isso sem enfrentar o incômodo do trânsito e das longas voltas nos estacionamentos. A infraestrutura comercial da Riviera vem aumentando ano a ano com novas, melhores e maiores operações no Riviera Shopping e no Complexo Comercial Up-town, junto à Marginal da Rodovia Rio Santos.
“Quanto maior for a população fixa no local, mais atrativa ainda fica a Riviera para novos empreendedores”, explica Luiz Augusto Pereira de Almeida, diretor de marketing da Sobloco.
Mais gente, novos hábitos
O Riviera Shopping é o principal centro comercial da Riviera e neste ano foi diretamente impactado pela pandemia da Covid-19. Pela primeira vez na sua história, o local teve de ser fechado, mas os lojistas foram rápidos ao se adaptarem à nova realidade de consumo. “No primeiro momento, a pandemia foi impactante e pegou todos de surpresa. Porém, a maioria pôde parar, rever seus negócios para colocar em prática seus procedimentos e ajustar suas contas”, destaca Adriana Oliveira, gerente administrativa do shopping. “A pandemia acabou sendo uma grande oportunidade, pois proporcionou uma mudança na forma de cada lojista reinventar seu negócio”, diz.
Com o aumento da população fixa em quase três vezes ao usual para o período com exceção dos feriados -, os negócios locais observaram maior estabilidade. Para se ter uma ideia, de acordo com a Associação dos Amigos da Riviera, em maio de 2019 a média diária de pessoas na Riviera girava em torno de 14 mil, já no mesm0 período deste ano o volume chegou a cerca de 20 mil pessoas por dia o que representa um aumento de 70%. Em julho, época considerada alta temporada”, não foi diferente. O número saltou de uma média de 19 mil em 2019 para 26 mil em 2020, o que equivale a um aumento de 73%. Já em setembro, esse percentual chegou a 100%, alcançando, aproximadamente, 30 mil pessoas circulando, trabalhando, passeando e comprando na Riviera diariamente.
Esse aumento de população refletiu diretamente na frequência do shopping. “Após um período fechado, durante a fase vermelha de março a junho -, o shopping reabriu com restrições de horário e acesso. Mesmo com todas as restrições, a visitação foi bem maior se considerarmos o mesmo período do ano passado. A partir do mês de julho, por exemplo, quando as restrições foram se flexibilizando, o público do shopping foi crescendo e chegou, nos meses de setembro a novembro, a um aumento de mais de 100% comparado ao mesmo período de 2019”, explica Adriana.
A gerente ainda observa que a procura por locações comerciais no shopping vem crescendo de forma vertiginosa. “Percebemos que muitos buscam obter uma fonte de renda para estabelecer residência fixa na Riviera. Pode-se dizer que as pessoas começaram a desfrutar do paraíso a que sempre tiveram acesso, mas que nunca puderam usufruir de forma tão intensa”, completa.
Essas mudanças também permitiram observar uma variação no comportamento dos Consumidores, em cada fase da pandemia. “Na vermelha, quando o shopping teve que fechar, e na laranja, com restrição ao consumo de ali- mentos na parte interna, por exemplo, aumentou a demanda por meio do delivery, que antes era mais comum apenas em restaurantes e pizzarias. Todas as operações de alimentação tiveram que se reorganizar para implantar o delivery e percebemos que esse serviço veio pra ficar. Houve uma mudança no hábito de consumo do morador da Riviera”, diz a gerente.
Aliás, ela faz questão de enfatizar que o shopping foi exemplar na adoção de todos os protocolos de segurança contra a Covid-19 nesse período de pandemia. “Mudamos os produtos de limpeza para produtos de uso hospitalar, intensificamos a frequência na higienização com nebulização, aumentamos a quantidade de dispensers de álcool, fizemos o controle de acesso com aferição de temperatura, instalamos tapetes sanitizantes e fizemos uma ampla comunicação visual com instruções de proteção”, acrescenta.
Liberdade e natureza
A chegada de novos moradores revelaram também suas histórias, seus sonhos e planos. A Covid-19 tirou a liberdade de decidir poder ficar em casa ou não, as crianças e os adolescentes já não podiam mais sair e as horas diante dos vídeos só aumentaram. Foi nessa hora que a família da professora Luciana Bliujus decidiu alugar um apartamento por um ano na Riviera: “a ideia era mudar um pouco do cenário que estávamos vi- vendo para melhorar nossa saúde mental”, diz.
“É incrível como estar perto do mar renovou nossas forças e energias. Estamos aproveitando muito e tem sido benéfico para todos. Principal- mente para a minha filha, Júlia, que passava a maior parte do tempo dentro de casa, em São Paulo, com as aulas on-line. Na Riviera, ela entra no mar, anda de bicicleta, já que aqui é tranquilo e há muito espaço”, acrescenta. Para a família da professora, a experiência tem sido tão positiva que já está planejada a compra de um imóvel no local.
Enquanto para Luciana a Riviera foi um refúgio temporário, para a designer de interiores Vivian Castellari o bairro sempre esteve presente em todos os momentos marcantes e felizes de sua vida. Ela revela que frequenta a Riviera desde a década de 1980, quando existiam apenas dois prédios no local. Na época, seus pais adquiriram um apartamento, onde a família passava pratica- mente todos os finais de semana. Vivian tem uma relação muito sentimental com o nosso bairro. Afinal, foi aqui que conheceu seu marido, Ricardo, e se casaram. Quando ele comprou a lavanderia (Keep Clean) em Bertioga, no ano de 2004, o casal decidiu mudar-se definitivamente para a Riviera.
“Meu escritório é home office. Por isso, surfo, faço funcional, cuido da casa e de meus dois filhos, Enzo, 13, e Caio, 6. As crianças estudam no Colégio Metodista, que tem um projeto pedagógico que não deve nada às melhores escolas de São Paulo. Eles ainda participam do Programa Vida Saudável desenvolvido pela Associação dos Amigos da Riviera, com aulas de tênis e futebol”, relata. Vivian ressalta que os filhos amam a liberdade e a qualidade de vida proporcionada pela Riviera, o que é garantido pela possibilidade de irem de bicicleta para a escola e outras atividades. “Sempre gostei da tranquilidade, da infraestrutura e da segurança da Riviera. Tenho um carinho muito especial pelo local, pois ele faz parte de todas as etapas da minha vida”, afirma.
Concorda com ela Katherine Braun, 36, que acaba de se mudar definitivamente para a Ri- viera. Coordenadora do curso de pós-graduação de moda e luxo da ESPM de São Paulo há cinco anos, Katherine faz consultoria de planejamento perante a pandemia para empresas de moda. intensifiquei o atendimento on-line e percebi que poderia fazer isso de outro lugar”, comenta. “A Riviera sempre esteve na minha vida, venho para cá desde os 4 anos, mas nunca imaginávamos morar na praia, na verdade nunca tivemos coragem. Quando veio a pandemia, minha mãe me convocou e também os meus irmãos para vir passar esse período na Riviera. Agora que estamos retomando as atividades, eles estão voltando para São Paulo, mas eu, minha família e também minha mãe re- solvemos ficar por aqui. A pandemia foi determinante para tomarmos essa decisão”, diz.
De olho no futuro e na família
Katherine conta que seu maior temor era conciliar a vida financeira, pois São Paulo oferece mais oportunidades. “Hoje, graças à tecnologia digital, é possível trabalhar a distância”, pondera, ao mesmo tempo que enfatiza o enorme campo de oportunidades que a Riviera apresenta para empreender. Por isso, Katherine não perdeu tempo. Assim que chegou à Riviera, matriculou seu filho de dois anos na Escola Municipal na Riviera e, junto ao marido, Felipe, e amigos conhecidos nos jardins da PI de seu condomínio, abriram a Riviera Concierge, empresa de serviços para os moradores do bairro. Não satisfeita, acrescenta: “Tem muita coisa para fazer. Olho para a área de educação, pois tenho um lado acadêmico, por exemplo, escolas de inglês ou instituições com projetos pedagógicos alternativos. Meu plano é ter um monte de filhos e ficar aqui para sempre”, declara.
Já Ricardo Watanabe, contador e perito, adquiriu sua “casa na praia” em 2014 por influência de sua filha, Beatriz, que, junto às amigas, frequentava a Riviera e dizia a ele que o bairro era o paraíso na terra. Ele conta que essa compra se deu basicamente às cegas, porque não conhecia o local. A partir de então, ele, a esposa, Rosália, e o filho, Arthur, passaram quase todos os carnavais e réveillons no novo endereço.
Quando chegou a pandemia, a família viu na Riviera uma alternativa segura para sair do confinamento ao qual todos foram submetidos. Foi assim que começaram a dividir a semana entre São Paulo e Bertioga. “De segunda a quarta-feira, trabalho na capital; de quinta a domingo, home office e lazer na Riviera”, diz Watanabe. Na opinião dele, o bairro é seguro, tem boa infraestrutura e ainda oferece excelentes opções gastronômicas. “O melhor da Riviera é que ela oferece amplo espaço de lazer e muita beleza natural. Aliar isso tudo com mais tempo com a família não tem preço! Investir em um imóvel na Riviera é investir em qualidade de vida”, pontua.
Mercado imobiliário aquecido
A Riviera de São Lourenço sempre sedes tacou pelo apelo sustentável, o que fortalece processo de vendas de imóveis. Com a pandemia e a possibilidade de home office, foi possível ver um aumento do deslocamento de proprietários para a Riviera.
“As pessoas são atraídas para esse projeto urbanístico por causa do seu planejamento e organização, que se soma ao verde, à praia limpa à natureza. Com a pandemia, o fechamento da= escolas e a percepção de que era possível resolve- os problemas cotidianos a distância, a procura por imóveis na Riviera cresceu bastante”, destaca Luiz Augusto Pereira de Almeida, da Sobloco.
De acordo com Almeida, surgiram novos interessados em viver em um local junto à natureza, com a oportunidade de se isolar e ficar mais protegido. “A procura por imóveis, principalmente casas, se acentuou. O resultado é que as vendas na Riviera, em 2020, comparado com 2019, no período de janeiro a setembro aumentaram mais de 70%”.
A expectativa é que, após a pandemia, muitas pessoas escolham a Riviera como a sua primeira residência ou, ao menos, passem mais tempo no município. “Essa mudança será possível devido à crescente infraestrutura de comércio e serviços da Riviera ao mesmo tempo que aumentaram as possibilidades de permanecer em home office, do ensino a distância e do comércio e serviços digitais, que tornaram tudo mais acessível, eliminando as barreiras geográficas”, completa o diretor.
Consumo alterado
Nos supermercados, a mudança de comportamento do consumidor foi notória. De acordo com ADALMYR DE FREITAS SARMENTO, gerente das unidades Pão de Açúcar na Riviera, antes da pandemia as lojas tinham uma característica de compras sazonais, com foco em produtos voltados para o consumo de Tim de semana, como itens para churrasco, por exemplo. “Como cenário de pandemia, percebemos uma migração de clientes de grandes centros para o litoral, facilitado pela prática do home office. Dessa maneira, o perfil de Compras se tornou mais recorrente, com os nossos consumidores realizando grandes compras também para o dia a dia e até para o mês”.
O gerente conta que no início da pandemia foi possível perceber a preocupação dos clientes em comprar produtos de necessidade diária para abastecer e estocar, com medo do que o novo coronavírus poderia causar e pelo receio da falta de produtos. Com o tempo, as pessoas foram entendendo que não havia razão para tal Comportamento.
Além disso, as lojas triplicaram a capacidade operacional do e-commerce para que todos pudessem se abastecer sem sair de casa. Sarmento relata ainda que pessoas mais idosas tiveram dificuldades para realizar suas compras pela internet e foi preciso – mais de uma vez orientá-los com um passo a passo para as compras por telefone. “Ajudei um casal de idosos e começamos uma grande amizade. Esses clientes disseram que, após a situação normalizar, eles querem vir ao Pão de Açúcar para me conhecer pessoalmente”, finaliza.
Fonte: Revista Riviera / ano 19 Número 31 / Verão 2021, fotografia Mar Franz/Fotonativa